Vencendo o preconceito
Duelo de titãs
Muitos são aqueles que acreditam que a redenção dos homens se encontra no esporte. Estou entre eles. Quando a bola rola, no momento de um mergulho e algumas braçadas ou num arremesso, os homens se transformam. Esquecem as diferenças que alimentam absurdos como as guerras religiosas, o choque entre brancos e negros, as crises econômicas e mesmo a disputa por petróleo ou territórios. O esporte consagra o que há de melhor na humanidade. Traz para o mundo o espírito de luta, de conquista, o suor, as lágrimas, a vontade e, tão importante quanto toda a competitividade, o respeito pelo oponente, a ética esportiva.Não que tapemos os olhos e ignoremos que, em determinados momentos, há trapaças e deslizes, maldade e sujeira no esporte. Infelizmente, ainda temos que conviver com figuras infelizes como cartolas, esportistas frustrados que usam de artifícios como o doping ou jogadas desleais que ameaçam a integridade dos oponentes. Porém, no geral, o esporte nos lega grandes alegrias. Quem entre os brasileiros consegue esquecer figuras geniais como Pelé, Garrincha, Ayrton Senna, Guga, Popó ou Gustavo Borges?Nos grandes eventos ou nos pequenos, vemos exemplos de superação. Muita garra, talento e dedicação permitem grandes surpresas, vitórias imprevisíveis. Sorrimos mesmo nas derrotas que nos permitem vislumbrar a grandeza dos competidores. Cena inesquecível de uma Olimpíada foi aquela em que uma competidora de um país europeu, no limite de suas forças, cruzou a linha de chegada, extenuada. O público aplaudiu de pé!O filme "Duelo de Titãs" mostra justamente isso. Como um grupo de jovens, comandados por um técnico determinado e durão, conseguiu vencer os desafios que se colocavam entre eles e a vitória e levou um time de futebol americano a um título consagrador.O filme, porém, vai muito além disso. Nos bastidores da preparação do time há uma questão das mais espinhosas, a racial. Os acontecimentos apresentados no filme se passam no início da década de 1970. Momento em que as escolas norte-americanas tinham que integrar brancos e negros em salas de aula e nas demais atividades escolares. Inclusive no esporte. A relutância dos dois grupos era notória, tanto os estudantes brancos quanto os negros não queriam aceitar essa integração de forma alguma.
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