Uma viagem ao continente africano

Projeto desenvolvido na Escola Normélio Moura

Duelo de titãs

Vencendo o preconceito
Duelo de titãs
Muitos são aqueles que acreditam que a redenção dos homens se encontra no esporte. Estou entre eles. Quando a bola rola, no momento de um mergulho e algumas braçadas ou num arremesso, os homens se transformam. Esquecem as diferenças que alimentam absurdos como as guerras religiosas, o choque entre brancos e negros, as crises econômicas e mesmo a disputa por petróleo ou territórios. O esporte consagra o que há de melhor na humanidade. Traz para o mundo o espírito de luta, de conquista, o suor, as lágrimas, a vontade e, tão importante quanto toda a competitividade, o respeito pelo oponente, a ética esportiva.Não que tapemos os olhos e ignoremos que, em determinados momentos, há trapaças e deslizes, maldade e sujeira no esporte. Infelizmente, ainda temos que conviver com figuras infelizes como cartolas, esportistas frustrados que usam de artifícios como o doping ou jogadas desleais que ameaçam a integridade dos oponentes. Porém, no geral, o esporte nos lega grandes alegrias. Quem entre os brasileiros consegue esquecer figuras geniais como Pelé, Garrincha, Ayrton Senna, Guga, Popó ou Gustavo Borges?Nos grandes eventos ou nos pequenos, vemos exemplos de superação. Muita garra, talento e dedicação permitem grandes surpresas, vitórias imprevisíveis. Sorrimos mesmo nas derrotas que nos permitem vislumbrar a grandeza dos competidores. Cena inesquecível de uma Olimpíada foi aquela em que uma competidora de um país europeu, no limite de suas forças, cruzou a linha de chegada, extenuada. O público aplaudiu de pé!O filme "Duelo de Titãs" mostra justamente isso. Como um grupo de jovens, comandados por um técnico determinado e durão, conseguiu vencer os desafios que se colocavam entre eles e a vitória e levou um time de futebol americano a um título consagrador.O filme, porém, vai muito além disso. Nos bastidores da preparação do time há uma questão das mais espinhosas, a racial. Os acontecimentos apresentados no filme se passam no início da década de 1970. Momento em que as escolas norte-americanas tinham que integrar brancos e negros em salas de aula e nas demais atividades escolares. Inclusive no esporte. A relutância dos dois grupos era notória, tanto os estudantes brancos quanto os negros não queriam aceitar essa integração de forma alguma.

Uma viagem ao continente africano

Projeto desenvolvido na Escola Normélio Moura

O xadrez das cores


Cida, uma mulher negra de quarenta anos, vai trabalhar para Maria, uma velha de oitenta anos, viúva e sem filhos, que é extremamente racista. A relação entre as duas mulheres começa tumultuada, com Maria tripudiando em cima de Cida por ela ser negra. Cida atura a tudo em silêncio, por precisar do dinheiro, até que decide se vingar através de um jogo de xadrez. Filme dirigido por Marco Schiavan tem duração de 22 minutos , sendo um exelente suporte para discutir temas como: “Desigualdade, Criminalidade, Racismo, Pobreza e a Falta de Respeito, além da luta e da batalha do negro para poder sobreviver em uma sociedade que tem como herança de um regime escravocrata a sensação de que o branco tudo pode e ele, o negro, não pode nada.

Turista por um dia 1

Turista por um dia 2

Autores – Profª Lucineide Santos Vieira e Rosanna Pereira de Barros Santos
Público alvo - Alunos da escola Normélio Moura Costa

Justificativa:
A idéia desta oficina surgiu do desejo das professoras de desenvolverem uma atividade educacional diferenciada e inovadora para a disciplina valorizando a cultura e o patrimônio histórico da Cidade do Salvador.
Incluindo aulas no espaço escolar e nas ruas de Salvador, esta oficina dará uma excelente oportunidade aos alunos de conhecerem melhor a origem e a formação étnica da cidade através de um ensino dinâmico, criativo, interativo e extra-classe.
Extrapolando os limites do tempo/espaço da sala de aula, o projeto se valerá de alguns cenários de Salvador para trazer à cena fatos que compõem a história dessa cidade, fazendo um amplo aproveitamento dos principais pontos históricos traçando assim, novos caminhos para o ensino da História.

Intenções:
• Criar um espaço/tempo alternativo para o ensino e aprendizagem em História.
• Incentivar o estudo da história a partir de conhecimentos da História local.
• Aliar o ensino de História ao proposto na lei 10.639/03
• Valorizar o patrimônio histórico da cidade do Salvador, trazendo novos significados a cenários que muitas vezes passam despercebidos aos alunos.

7 de Setembro

Pesquisa dirigida

LIBÉRIA
“Terra de libertos”

Fundada por ex-escravos norte-americanos, a Libéria é a república mais antiga do continente africano. Convido você a fazer um passeio virtual por esse país cheio de contrastes.
Visite os sites relacionados no final da atividade seguindo atentamente o roteiro proposto.
Boa viagem!


CONHECENDO A LIBÉRIA

Roteiro de pesquisa

1. Aspectos geográficas:
Em qual região africana a Libéria está localiza?
Com quais países a Libéria faz fronteira?
Qual o clima e a vegetação predominante?
Qual o nome da capital do país?
Quais são as principais cidades?


2. Aspectos históricos:
Produza um pequeno relato sobre a história da Libéria (registre o processo de independência, bem como os motivos da guerra civil (1989-2003) e o processo de redemocratização do país).


3. Aspectos demográficos e culturais:
Qual o total de habitantes?
Qual a taxa de crescimento vegetativo?
Qual a taxa de analfabetismo?
Qual a língua oficial?
Quais são as religiões predominantes?
Quais etnias formam o país?
Quais são as comidas típicas?


4. Aspectos econômicos:
Qual o nome da moeda?
Quais são as principais atividades econômicas do país?
Qual o valor do IDH (índice de desenvolvimento humano) ?
Qual o valor do PIB (produto interno bruto)?
Qual o valor da renda per capita ?
Quais são os principais parceiros comercias da Libéria?


5. Curiosidades:
(Nesse item você pode registrar algumas curiosidades sobre a Libéria , do tipo Você sabia que...)
Nome do atual presidente do país?
Quem é George Weah?
Por que a Libéria possui a maior marinha mercante do mundo?
Ou qualquer outra questão que você achar interessante.

Referências para a pesquisa

www.girafamania.com.br/africano/liberia.html
www.wikipedia.org/wiki/liberia
www.portalbrasil.net/africa_liberia.htm
http://www.maps.google.com/
http://www.besega.blogspot.com/
www.plusnews.org/pt/report.aspx?reportid=70428
www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/liberia/liberia.php
www.jogodearea.com/2008/03/15/memoria-george-weah-%E2%80%93-made-in-liberia
/

Indivíduo e cidadão

Quem de nós ainda não sentiu na carne a separação que existe entre o interesse particular e o interesse comum, o bem da sociedade? São interesses difíceis de conciliar, embora sejam interdependentes.O homem moderno encontra-se no cruzamento de duas vias: a vida privada e a vida pública. Nessa esquina, ele vive a duplicidade de sua natureza social: a de ser indivíduo e cidadão. Os sinais desse trânsito são simultâneos: compõem-se de direitos e deveres sociais. Como indivíduo e cidadão são realmente inseparáveis, os indivíduos como membros de uma nação, tornam-se cidadãos, isto é, são capazes de participar e de opinar sobre a vida política.Ao compartilhar um mesmo território sob o domínio político de um Estado, os indivíduos-cidadaõs exercitam reivindicações por melhores condições de vida. É o aprendizado da cidadania e também, a sua conquista. Desenvolvem uma consciência social e, dependendo do grau de participação política, expressam-se como consciência comunitária.A formação de uma consciência social é um lento processo de elaboração cultural, que depende do desenvolvimento da capacidade critica ao se partilharem condições de vida semelhantes. É um fenômeno de classe social em luta pela sobrevivência material e pelas idéias que defendem.À medida que tomem consciência de si, de seus iguais e de todo social, os indivíduos sentem-se herdeiros de um patrimônio físico e cultural comum a todos: as ruas, os parques, a língua. Formam um povo. Para que esse povo apresente maturidade política, é preciso um esforço conjunto de preservação de valores importantes para a convivência dos indivíduos. O respeito a coisa pública e aos costumes. O sentimento de fazer parte desse todo nem sempre se traduz em consciência comum, em respeito ao que é de todos, em senso comunitário. Embora sejamos animais sociais, ainda valorizamos pouco o que é de uso coletivo.Em inúmeras ocasiões, pó exemplo, nós, brasileiros damos demonstrações de que nos falta senso comunitário (sentimento de um mundo partilhado com responsabilidade). Não nos sentimos co-responsáveis pela conservação da escola onde estudamos, do bairro onde moramos ou da praia que é pública, e lá jogamos papeis, plásticos e latas.O QUE É DE TODOS PARECE NÃO SER DE NINGUÉMNos grandes centros urbanos do país são freqüentes os problemas de vandalismo em telefones público, escolas, veículos de transporte coletivo, praças. Contraditoriamente, isso acontece com a coisa pública, da qual os usuários são considerados os donos. O que é de todos parece não ser de ninguém. Aquele que picha, quebra, rouba, destrói acaba desfalcando os demais cidadãos de algo em comum: os telefones não funcionam, as ruas ficam às escuras com tantas lâmpadas quebradas. O próprio indivíduo acaba sendo o maior prejudicado. Esse descaso com o que é público revela a falta de amadurecimento do senso comunitário.DA INCONSCIÊNCIA A DESPROTEÇÃOEm busca da cidadania, como indivíduos , sentimo-nos muitas vezes, excluídos das coisas que deveriam ser compartilhadas. Onde se acentuam as desigualdades sociais, multiplica-se a violência, os crimes de colarinho branco e a corrupção impera, afirma-se um estado de desinteresse dos indivíduos pelo coletivo. Manifesta-se o que podemos chamar de inconsciência social.A inconsciência social é um fenômeno de reciprocidade: os indivíduos valorizam pouco a sociedade e desta descuida do cidadão. Nem sempre os indivíduos têm reconhecida, pela sociedade constituída, a plenitude dos seus direitos, sua condição de cidadão.Da fraqueza da lei social – falência no atendimento medico, abandono das escolas, desfalque na previdência, saturamento do sistema penitenciário – resulta a insegurança generalizada. Os cidadãos sentem-se desprotegidos com a violência . Do mesmo modo, a dignidade perdida de não ter um emprego gera o sentimento de desproteção.A insatisfação dos indivíduos e o crescimento da pobreza e da miséria vem preocupando os pensadores sociais. Eles desejam uma sociedade cujo pensamento, praticas e valores estejam baseados em objetivos positivos; uma sociedade onde cada cidadão exerça sua capacidade de decisão e conquiste sua liberdade com os outros

Sociedade: sua organização e dinâmica


SOCIEDADE

Quando os indivíduos se articulam de modo a formarem uma unidade conjugada, participando de um consenso, de uma teia de interações, expectativas, atitudes, sentimentos, compreensões, dizemos que se formou uma sociedade.

SISTEMA SOCIAL

Os padrões regulares de comportamento observados nos membros de uma sociedade estão mutuamente relacionados e conceitualmente agrupados no que se convencionou chamar de sistema social. Duas fontes de estabilidade ou regularidade, em tais sistemas, podem ser analiticamente distinguidas: a institucional e a subinstitucional.
Os repetidos padrões de comportamento, em qualquer grupo, podem ser atribuídos em porções variáveis, a essas duas fontes. A fonte institucional refere-se às expectativas, compartilhadas pelos participantes na interação, sobre o modo como se presume ou conjectura que cada um deva se comportar.
É bom lembrar que a verdadeira interação será sempre caracterizada por trocas mútuas e conscientes. Indivíduos que estão juntos, mas na realidade não percebem o outro, não cooperaram entre si, não se dão, não se entregam, não se enriquecem, não compartilham sentimentos e emoções, na verdade não estão interagindo. Podem até participar de um mesmo clima emocional sem , entretanto, nenhuma comunicação entre si.

PAPEL SOCIAL

As regras de conduta ou norma de uma sociedade são mantidas porque em diversos graus os membros acreditam na legitimidade das mesmas e sancionam sua observância. A unidade básica desse sistema é o papel social, que compreende um conjunto de expectativas associadas em torno de uma função. Por exemplo, o papel do pai, professor, médico etc.. Cada um desses papeis é carregado de expectativas, isto é, a pessoa desempenha uma função na sociedade e espera-se dela determinados comportamentos. Todos nos exercemos uma série de papéis: a mulher é profissional, mãe, esposa, amiga, filha etc., e em cada um desses papéis ela deverá apresentar determinado comportamento esperado pelo grupo.

STATUS SOCIAL

A função, pois, refere-se à posição que um determinada pessoa ocupa no sistema social. As expectativas estarão associadas a essa posição. O comportamento pertinente a essas expectativas tem nome de comportamento de papel. Para ficar mais claro podemos dizer que status é a posição, a colocação da pessoa dentro do sistema, ou seja o lugar que cada um ocupa na sociedade.
Assim. Podemos deduzir que quando nos referimos à sistematização da sociedade (normas, costumes, leis, instituições) , estamos falando sobre sua organização. Entretanto ao falar em papel, em processo abordamos a dinâmica da sociedade que compreende também os processos de mudança

OLHOS COLORIDOS

Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Eu estou sempre na minha
E não posso mais fugir...

Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinado
Também querem enrolar...

Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso...

A verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará, sarará
Sarará, sarará
Sarará crioulo...

Sarará crioulo
Sarará crioulo...(2x)

Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Que eu tô sempre na minha
Não! Não!
Não posso mais fugir
Não posso mais!
Não posso mais!
Não posso mais!
Não posso mais!

Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinados
Também querem enrolar...

Cê ri! Cê ri! Cê ri!
Cê ri! Cê ri!
Cê ri da minha roupa
Cê ri do meu cabelo
Cê ri da minha pele
Cê ri do meu sorriso...

Mas verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará, sarará
Sarará, sarará
Sarará crioulo...

Sarará crioulo
Sarará crioulo...(3x)

Vitória da educação


Após 37 anos de luta, foi sancionada nesta segunda-feira, 02/06/2008, pelo presidente da República em exercício, José Alencar, a lei que torna obrigatório o ensino das disciplinas de Sociologia e Filosofia nas escolas de ensino médio, públicas e privadas de todo o Brasil. A medida atingirá cerca de 10 milhões de estudantes em 25 mil escolas no país.A solenidade contou com a presença de mais de 300 pessoas, entre representantes de entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), sindicatos de professores e associações profissionais de sociólogos e filósofos. A CONTEE foi representada pela Secretária de Comunicação Social da entidade, a socióloga Maria Clotilde Lemos Petta.A dirigente da CONTEE ressaltou o fato de que a lei aprovada estabelece a obrigatoriedade das disciplinas nas três séries do ensino médio, o que significa uma efetiva alteração na formação humanista dos estudantes e espaço de trabalho para os professores de Sociologia e Filosofia. “A luta agora, é pela implementação do projeto.Em 1971, as disciplinas Filosofia e Sociologia deixaram de ser lecionadas nas salas das escolas de ensino médio por determinação da ditadura militar. Para tornar obrigatório o ensino de sociologia e filosofia no currículo do ensino médio, o Congresso Nacional alterou o artigo 36 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Segundo o presidente em exercício, Sociologia e Filosofia “são disciplinas que permitem ao cidadão exercer seu direito, jamais poderiam ficar fora das disciplinas do ensino médio. Isso é uma grande vitória para o país”, disse José Alencar.O Ministro da Educação Fernando Haddad afirmou que "o que se vê é que, evidentemente, nos períodos em que não interessava a discussão crítica sobre a vida nacional, estas disciplinas foram desestimuladas". Para ele, o ensino de Sociologia e Filosofia vai ajudar a formar indivíduos capazes de exercer plenamente seus direitos, “de se situar no mundo do trabalho, social e deslumbrar novos horizontes”. A lei, passa a vigorar assim que for publicada DOU.


Ser ou não ser

Filme Vista a Minha Pela

Olá alunos,
Como combinamos em sala de aula, após assistir ao filme e refletir sobre a luta de Maria para vencer o preconceito e a discriminação, elabore um pequeno comentário.
Bom trabalho.
Parte 1


Parte 2


Parte 3

Não há flores na Ilha das Flores
Quem começa a assistir tal documentário já é avisado pela trilha sonora e por dizeres que aparecem na tela que não se trata de um filme de ficção, que Ilha das Flores existe e que é um local “esquecido” por Deus
Segue-se então a imagem de uma plantação de tomates. Ela é o ponto de partida da nossa jornada que acompanhará a simples trajetória de um tomate, de sua origem até seu destino final.
A linguagem utilizada na produção do documentário adquire um tom quase didático, nela são dados muitos detalhes como, por exemplo, a localização exata de Belém Novo, em Porto Alegre, com a minúcia de latitude e longitude, em segundos.
Cada ser, pessoa, animal ou vegetal tem suas características minuciosamente descrita. Tal como um raio-X, de forma pedagogo-didática como a descrição de um japonês, ressaltando suas características mais latentes e que o diferem ou assemelham aos outros seres humanos.
O narrador atem-se a descrever detalhadamente o ser humano, citando como principais características diferenciadoras dos demais animais possuir polegar opositor e um encéfalo altamente desenvolvido.
As imagens utilizadas ao mesmo tempo em que são descritivas, ou seja, ilustram a fala do narrador, também são colocadas de forma irônica, a fim de se fazer críticas implícitas, sutis. Como à bomba atômica, ao nazismo, ao consumismo, aos lixões e outros.
O lixo só será citado após o sexto minuto de documentário, e é ele que, realmente, irá nos interessar para esta análise, não o lixo em si, mas seu destino, sua “utilização”.
A Ilha das Flores, foco deste documentário, é apresentada ao espectador perto dos sete minutos de exibição: “Há poucas flores na Ilha das Flores”. Essa afirmação já nos mostra o viés que tomará a narrativa a partir de então.
Após oito minutos do filme, vai ficando cada vez mais clara a intenção do documentário, o que ele critica, e de que modo o faz usando as imagens e a narrativa ainda no estilo didático.
“Aquilo que foi considerado impróprio na alimentação dos porcos será utilizado na alimentação de mulheres e crianças”, que são seres humanos com telencéfalo altamente desenvolvido, polegar opositor e nenhum dinheiro nem “dono” (como possuem os porcos).
Nesse momento, é feita uma pausa na narração, de cerca de cinco segundos, na imagem das mulheres e crianças, sem dinheiro, contra um fundo branco. O silêncio, nesse caso, também faz o papel de crítica, chamando a atenção do espectador com a quebra da narrativa.
Mostra-se então como essas pessoas conseguem o que comer: o lixo impróprio para os porcos serve de alimento para famílias inteiras que são tratadas pior que os animais pelos trabalhadores que cuidam dos porcos.
É refeita a retrospectiva do tomate, de forma mais rápida, a fim de dar mais peso e dramaticidade à situação das pessoas da Ilha das Flores, comendo o lixo recusado pelos porcos.
Outro silêncio pára a narrativa e é a partir dos onze minutos de documentário que o narrador irá tentar explicar a situação, colocando de forma implícita a opinião de seus produtores e mostrando ao espectador a barbaridade da vida, se é que pode ser chamada assim, a que são submetidos os habitantes da Ilha das Flores.
A liberdade é citada, no fim, como se fosse um desabafo, uma forma de colocar a todos que esse conceito, como muitos outros, é relativo e sujeito à interpretação subjetiva de cada um.
Será que para aquelas mulheres e crianças a liberdade tem o mesmo valor que para nós? Será que para eles ser livre é garantia de uma boa vida? Será que essa liberdade pode ser relacionada às oportunidades ou à falta delas?
Quem achar que pode responder a tais questões ou as considera tolices, sugiro que assista ao documentário Ilha das Flores. Reserve apenas 13 minutos do seu tão valioso tempo e se proponha a refletir sobre a vida; não dos abastados milionários, mas daqueles habitantes da ilha que, sem opções, sobrevivem dos restos, dos rejeitos dos homens e dos porcos.

Ficha Técnica:
Produção Mônica Schmiedt, Giba Assis Brasil, Nôra Gulart
Fotografia Roberto Henkin, Sérgio Amon
Roteiro Jorge Furtado
Edição Giba Assis Brasil
Direção de Arte Fiapo Barth
Trilha original Geraldo Flach
Narração Paulo José
Resenha do documentário: Ilha das Flores
(www.portacurtas.com.br/ Filme.asp?Cod=647)